terça-feira, 12 de maio de 2015

Entrevista - Li Mendi

1. Quando se envolveu com a escrita? Conte como foi sua experiência de começar a escrever livros.

Escrevo livros acho que desde os quatorze. Na época, não havia internet, nem blogs. Todas as histórias ficavam registradas em cadernos, que se perderam nas mudanças. Depois, a praticidade do Word me fez esquecer a letra bonita e comecei a imprimir e encadernar os livros. Os amigos curtiam e o ciclo era pequeno de leitores. Mas, felizmente, a internet lá por 2000, me trouxe um mundo de gente pra conhecer meus romances. é assustador ver mais de 10 mil visitas em um livro e mil downloads de outro... O processo solitário agora é dividido com centenas de pessoas.

Até eu terminar a faculdade de jprnalismo, havia horas a fio para gastar teclando. Depois, veio a faculdade de publicidade, a pós-graduação, o trabalho frenético como publicitária e pronto, me peguei com saudade de escrever. Nesse meio tempo, quero dizer, nesse zero tempo, consegui fazer o meu primeiro lançamento impresso: O amor está no quarto ao lado. Em 2012, veio "A verdadeira Bela" e estou muito feliz em ser autora da editora Highlands, onde já publiquei também Coração de Pelúcia e Alma Gêmea por Acaso. Agora, estou escrevendo um hot O Mestre do Amor.
Escrever sempre foi meu prazer, minha paixão, realização, tudo. O fascínio pelo mundo da fantasia se deu já nos primeiros anos de vida. Meus sonhos eram embalados pelas incríveis aventuras narradas por meu pai, um excelente contador de fábulas.

Comecei com um pequeno projeto aqui na net, chamado Cada Casa um Caso. Era um hobby produzi-lo. As pessoas gostaram tanto e comentavam mensagens de incentivos que decide continuar. Hoje, tenho vários livros disponéveis no meu site abertos e os leitores se reúnem em um grupo do Facebook para discuti-los. Os fóruns são acalorados e muitos divertidos. Rio demais com as tiradas, fotos e debates.
Na última Bienal do RJ, encontrei muitos fãs que me abraçaram com carinho e contaram sobre a emoção de me ver e pegar o meu autógrafo. Isso é tão gratificante. São eles que me dão força pra continuar todas as madrugadas à dentro.

2. O que você quer passar para os leitores?


Sempre quero passar uma mensagem de superação e de autodescoberta. Gosto que eles reflitam que as pessoas não são perfeitas  e precisam evoluir.


3. Sabendo que nos dias de hoje os jovens tem se interessado mais pela leitura, qual é o seu público alvo?


Eu gosto de escrever e me identifico com o público feminino de 18 a 35 anos, mas, na prática, pessoas de todas as idades leem. Vejo agora já alguns meninos comprando e dizendo que gostaram. Isso me surpreende, pois, são romances com heroínas. Alguns namorados das leitoras pegam o livro, gostam e entram para a fila de leitores. É muito legal saber disso.


4. Dizem que os personagens dos livros têm um pouco do autor. O que tem no seu livro sobre você? Por quê? 


Tem mais sobre as pessoas que sobre mim. Eu não encaro o livro como diário ou catarse. Se for assim, não é profrissional. Mas, claro, agumas vivências e fatos muito importantes podem me dar ideias e insights. Eu leio muito de tudo, várias revistas, sites, olho e observo as pessoas o tempo inteiro. Gosto de conversar com gente de todas as profissões e  experiências. O mundo é o meu laboratório, anoto tudo no celular ou cadernos. E vou trazer ou uma fala ou outra ou a própria sensação do momento para os livros. Há milhares de pedacinhos verdadeiros em vários e vários livros meus.


5. Quais seus autores e livros favoritos?


Adoro Romance, principalmente quando tem humor. Eu gosto muito da complexidade de criação dos personagens de Machado de Assis, que cria personas problemáticas e maravilhosas. Aquilo é genial. O jeito de escrever da Sophia Kinsella com uma pegada de humor me influenciou demais e acredito que assistir muitos seriados americanos também me inspiram. A profundidade da redação da Clarice Lispector, Fernando Pessoa e outros grandes escritores também mexem comigo, quando preciso me inspirar.


6. Quais são seus próximos projetos?


Vou publicar o livro Mestre do Amor, que esstou escrevendo agora. Já comecei O Gênio do Amor aberto no Wattpad (http://www.wattpad.com/72104002-o-g%C3%AAnio-do-amor), onde conto a história de um clube das mulheres com diversos personagens masculinos enrolados com amores confusos, um deles é Marcos do livro O Mestre do Amor já sai inédito pra vocês.


7. Qual é a sensação de saber que estão lendo seus livros? Qual é a sensação de ter seu trabalho reconhecido?


É gratificante, mas, não fico vaidosa. Recebo centenas de mensagens de pessoas desconhecidas para responder, isso requer tempo e carinho. Não pense que esse trabalho é só escrever. Metade do tempo é só para responder aos leitores e parceiros.
Mas, essa "quantidade" de milhares de fãs significa números lá no topo da Fanpange. Números não compram livros e não mandam "parabéns pelo livro que li". Na maioria, as pessoas só querem baixar, ler e nunca vão interagir  com o autor. Logo, 15% disso realmente é seu fã. O resto é número. Por isso, não encho o peito nem fico orgulhosa com nada disso como se fosse uma garota metida.
O que muda minha vida são as pessoas e as histórias delas particularmente. No fim do ano passado, recebi um email de uma leitora que havia descoberto umadoença grave e estava muito triste. Eu fiquei ali de coração n mão, olhando pra tela, me imaginando no lugar dela... Então, ela me disse que leu "Coração de Pelúcia" e que o livro a ensinou muito e que quando ela lê meus livros, esquece a dor, o destino e sorri.
Eu chorei como ela nem imagina. Isso sim é o valor de um trabalho. Não x mil seguidores numa rede social.
Sabe o que me move? Não é escrever história para 8 mil pessoas do meu Facebook. É escrever para alguém em algum lugar sorrir e esquecer seu problema.
Eu recebo um volume de mensagem via face, Instagram, E-mail e outras redes tão grande que não conseguem imaginar. Eu leio todos e respondo absolutamente todos. Só que preciso ser muito organizada para ter tempo para tudo, então, para um dia na semana e faço isso. Dou todo o meu carinho. Porque eles são para mim alguem que levam um pedaço do meu coração para sempre.
Lido super tranquiamente, nada aumenta minha vaidade, nada mesmo. Continuo andando por aí de chinelo, livro de baixo do braço, anonimamente sem qualquer superioridade na alma. Pelo contrário, eu acho que estou muito aquém do que esperam de mim.

8. Quando era criança, você pensava em escrever um livro?

Bom, como criança, eu fazia livros na minha mente, quando meu pai todo dia contava histórias para eu dormir. O trabalho começou mesmo com 14 anos.


9. Você em um novo projeto pensou em baseas memórias de sua vida pessoal que não tenha falado para ninguém e publicar em um livro?

Já pensei sim em fazer um livro de autoajuda e trazer pensamentos e experiências pessoais. Tá no meu radar. Atualmente, estou escrevendo a coluna fixa Vida de Escritor no site Widibook onde toda quinta-feira vou dar dicas e falar um pouco sobre a vida de quem escreve. Será uma enorme troca de conhecimento. Vale conferir em blog.widbook.com/column/vida-de-escritor/ .

10. O que, hoje, seu trabalho como escritora mudou sua vida?

Muito. O tempo dedicado a escrever era quase integral em qualquer hora vaga. Mas, agora, eu gasto metade desse tempo para dar conta do volume de e-mails de pessoas que me escrevem. Realmente é uma quantidade impressionante de trabalho que ninguém tem ideia, mas, se faço, é porque gosto. Feriados, fins de semana, horas de cafezinho, tudo é tomado em como responder as pessoas nas redes sociais no celular e escrever sem parar. Tem hora que me dou um dia de folga. A única coisa que não abri mão é do meu telefone. Esse, só meu editor tem rs.rs.

11. Como vê sua vida hoje? Está feliz, satisfeita ou quer algo mais?

Eu pensei que teria conseguido mais, alcançado maior vendagem. No entanto, com a experiência e conhecimento do mercado atual, acho que já andei passos muito significativos. Mas, ainda espero crescer mais, mesmo que leve muitíssimos anos. Tenho uma vida toda? Tentarei a vida toda. Isso é sonhar com foco, paixão e obstinação.

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